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Como desligar a mente durante as férias

Férias. Finalmente chega a hora de quebrar a rotina e relaxar. Mas será que conseguimos desligar? Infelizmente não funcionamos por botão. Há sempre algo que nos perturba o inconsciente e não nos deixa aproveitar este merecido sossego na sua plenitude.

Ir de férias, por mais breves que sejam, é um compromisso de honra com a nossa alma. É dizer às rotinas que as vamos deixar por uns dias, ao clientes que não estamos disponíveis, às redes sociais que estamos offline, à família que precisamos de um tempo. E quando arrancamos de férias, será que nos desligamos de tudo isto? Não. Mas podemos tentar. Eis a minha lista.

Meditar a qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Eu medito nas aulas de Hatha Yoga, e sempre que posso, na praia. O som do mar tranquiliza-me e ajuda-me a desligar. Por isso, nestas férias temos de aproveitar bem os momentos para esquecer o mundo e dar inicio a esta viagem interior.

Caminhar na natureza. Seja a beira-mar, no campo ou no meio das árvores, todas as caminhadas em comunhão com a natureza e de preferência sem wi-fi, é a cura para qualquer mente acelerada.

Visitar lugares inóspitos ou remotos. Um sítio que nos faça sair da zona de conforto e encontrar respostas às questões inquietantes (que até agora não nos deixaram desligar) ou que nos faça simplesmente não pensar em nada que tenhamos na bagagem, apenas admirar o que temos aos nossos pés.

Experimentar algo novo. Como a nossa cabeça não foi concebida para estar completamente desligada, a novidade liberta-nos das tensões que trazemos. Encontrar um bom desafio – como um aula de surf ou yoga – são as hipóteses a ter em conta (palavra de yogini).

Respirar. Ou melhor, aprender a respirar. Se estamos com a mente inquieta, respiramos de forma mais acelerada. Portanto, nas férias devemos ter tempo para aprender a respirar de forma tranquila e ritmada para que nos conduza à paz interior, ao controlo dos impulsos, e consequentemente, à libertação da mente.

Dito isto, vou estar offline a partir deste fim de semana. Vou praticar yoga, meditar e aproveitar o tempo em família, na praia a surfar. Sejam felizes. Prometo regressar dia 15 com mais energia e novidades no Mar de Sal.

Inevitavelmente para sempre

Certas manhãs acordo com uma frase em loop cantante dentro de mim. Who wants to live forever. E respondo a mim própria sempre da mesma maneira: Eu Quero. Quero eternizar momentos da vida, congelá-los até. Prendê-los em mim como uma âncora, porque são tão bons, tão vívidos, tão cheios de tudo que não temos vontade que acabem. Apenas que ali pereçam. Para aprender a viver para sempre, saber saltear os momentos com tempero certo, dosear o sentimento e a frugalidade da vida, chorar e sorrir quando a alma pede, precisamos de aprende que o ying tem o seu yang, tal como a vida tem o seu fim.

Não é pesado, triste ou doloroso. Viver com consciência e a presença de um fim físico é uma aprendizagem; é a minha maneira de viver para sempre.

É inevitável

Saber que os momentos acabam é lidar com a verdade, com facto da inevitabilidade. Faz com que sejamos mais preparados para o que der e vier. Porque vamos acabar por ter de enfrentar o momento quando chegar. Não há o que temer, apenas ir vivendo ao sabor do vento e saber que, no fim desta magnífica viagem, foste o Comandante do teu navio.

Alcançar a minha melhor versão

Eu sinto uma gratidão intensa, imensa por poder ter a vida que tenho. Não passo fome. Tenho um tecto. Tenho o meu trabalho, a minha capacidade intelectual, o meu espírito iluminado. E ainda assim, podia ser melhor. Acredito que a missão de cada um aqui presente é uma elevação ao nosso melhor. Pergunto-me, e se tudo isto acabasse agora, o que deste de ti ao mundo? Deste mesmo o teu melhor hoje, agora? Posso e devo fazer sempre mais. É que gentileza gera gentileza. E se formos todos um pouco melhor hoje do que ontem, não estaremos a construir um futuro mais feliz?

Re(Con)tribuir com amor

Se é inevitável o nosso fim, também é inevitável que os bons sentimentos perdurem na eternidade. Sei bem a saudade que sinto de quem já partiu, mas acima de tudo, o que me faz ponderar, é saber se fui capaz de entregar o meu coração. Amei-os tempo e intensidade vibrante suficiente? Mostrei-lhes isso, sem orgulho, sem preconceito? E quem hoje vive à minha volta sabe o que sinto por eles? Bem podem imaginar corações voadores a saírem dos meus verdes olhos, porque um coração cheio de amor para dar, é retribuído com a graça de uma vida plena e tem direito a congelar os sentimentos para sempre.

A minha vida em loop tal como a música de Freddy Mercury. Não devemos viver ignorando a morte; devemos viver sabendo que a sua presença vai-nos ajudar a viver para sempre. Quem não quer?