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#wavestories: o surf é a minha terapia

O surf é a minha terapia

O swell tem estado pequeno, ondas coca-colinha. As algas aparecem, dando um odor mais intenso ao mar. A luz do sol tem beijado a superfície. Ainda assim, vejo o fundo com clareza. O surf é a minha terapia.

O meu sorriso rasgado vem lá da alma. Eu tenho caído nas espumas, divertida, criança feliz. No mar, eu esqueço. Estou apenas ali presente com esta minha alegria infantil, se quiserem, mas vivo intensamente naquele lugar. Poucos vão entender este meu amor pelo profundo azul. Mas eu não tenho receio em assumir nada do que penso ou sinto. Para se ser grande, sê Inteiro, já dizia Pessoa. Ali sou eu. Inteira, despreocupada, presente, feliz. Se eu pudesse, juro que seria sereia para nunca sair do mar. O único lugar no mundo que me faz colocar tudo em perspectiva, entender que a vida traz ondas, de todos os tamanhos e intensidades. Todas elas passageiras. Tanto aprendo a apanhar as ondas como a cair com elas, a deixá-las passar, a ficar submersa, a ter de regressar à tona, a apanhá-las. Há dias em que as ondas não vão surgir. Há dias em que vão ser tão grandes que não vou ter coragem de ir. Seja como for, é a minha terapia. Tudo isto faz-me perceber que a vida é mesmo assim. Um dia vou estar bem, completa. Noutro dia, cabisbaixa, incerta. Um dia disponível a aceitar, noutro a lutar por aquilo que acredito. O que importa, é que em todos estes momentos, sou inteira. Nunca esquecer quem sou e para onde vou. Nunca me diminuir ou sentir inferior por não surfar (e viver) ao mesmo nível que os outros. Saber o meu valor, e aceitar que o mar, tal como a vida, traz e leva. Traz o que precisas, leva o que não interessa.

Por isso, quando a vida perde encanto ou balanço, eu atiro-me ao mar. Sei que vou estar presente naquele momento, e nada mais importa. Aprendi a viver assim e descobri a minha verdadeira essência. Já não sei estar de outra forma. Cheia de swell, cheia de emoções. Banhada em sal, conservo em mim essas boas energias ad eternum. Eu tento colocar em palavras a forma como me sinto no mar e o que me transmite. Só que não lhe fazem justiça. Talvez se entrares no mar, se me encontrares por lá, vais finalmente perceber este meu amor pelo mar e porque me faz tão bem.

Espero-te na meia maré.

Medidas sustentáveis para proteger o nosso mar

Setembro é sempre o mês de regressos; até o mar nos devolve o swell. E já que o mar anda cheio de boa energia vamos aproveitar a onda e por em prática algumas medidas sustentáveis para que, com gratidão, possamos retribuir à natureza o que nos dá graciosamente.

Aos poucos os biquinis e os calções voltam para o fundo da gaveta, a maioria das pessoas deixa de ir à praia e com as marés vivas a romper pela costa, o areal fica cheio de lixo devolvido pelo mar. As gaivotas penicam entre redes de pesca, plásticos, garrafas, cordas, beatas e nós surfistas, pisamos tudo isto até entrar no mar.

Que setembro seja então um mês de consciencialização que a natureza é o nosso lar e que temos de a proteger. Se querem passar a ter uma atitude mais sustentável, o mar é sagrado e precisa de nós (e não apenas nos meses de verão). Aqui ficam as minhas sugestões ecológicas a adotar hoje e sempre.

#Não às beatas

Nunca entendi o vício do cigarro, muito menos na praia. Se há algo profundamente perturbador é encontrar beatas enfiadas na areia. Pergunta aos fumadores: têm gosto em lá deixar as beatas? Fazem isso em casa, deixam-nas espalhadas pelo chão? Intriga-me e muito. Portanto, se fores até à praia, sejas ou não fumador, faz como eu apanha as beatas que encontrares ao teu redor. Beata a beata, a praia fica mais limpa e todos agradecem.

#Apoia projetos comunitários

Se estás a par das notícias, certamente que terás ouvido que querem fazer exploração petrolífera na nossa costa. Seja por este motivo ou de proteção de alguma espécie em vias de extinção, há sempre o livre arbítrio de sermos solidários com alguma causa. Informa-te sobre o que queres defender, entende os argumentos antes de tomares algum partido e depois sim, parte para ação. Ajudar, ser voluntário, faz bem à alma.

#Esquece o plástico

Deixa o plástico em casa (e nem aí o deveríamos ter). Leva os teus snacks em caixas de vidro ou sacos de papel, troca a garrafa de plástico por uma de vidro ou que não tenha Bisfenol A. Pequenos detalhes, toda a diferença. Infelizmente, a grande parte da produção de pranchas de surf é poluente. A boa notícia é que aos poucos as alternativas ecológicas têm vindo a ganhar expressão. Palavras de ordem: reciclar e produtos ecológicos.

#Vai de bicicleta até à praia

Eu sei, nem todos podemos. Mas entre pegar no carro ao fim de semana e dar um passeio ao ar livre, a pedalar até ao areal ou outro lugar qualquer, não pesa a escolha: de bicicleta fazemos exercício e não emitimos CO2. Que as chuvas tardem a vir e que este seja um bom hábito a manter.

Como desligar a mente durante as férias

Férias. Finalmente chega a hora de quebrar a rotina e relaxar. Mas será que conseguimos desligar? Infelizmente não funcionamos por botão. Há sempre algo que nos perturba o inconsciente e não nos deixa aproveitar este merecido sossego na sua plenitude.

Ir de férias, por mais breves que sejam, é um compromisso de honra com a nossa alma. É dizer às rotinas que as vamos deixar por uns dias, ao clientes que não estamos disponíveis, às redes sociais que estamos offline, à família que precisamos de um tempo. E quando arrancamos de férias, será que nos desligamos de tudo isto? Não. Mas podemos tentar. Eis a minha lista.

Meditar a qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Eu medito nas aulas de Hatha Yoga, e sempre que posso, na praia. O som do mar tranquiliza-me e ajuda-me a desligar. Por isso, nestas férias temos de aproveitar bem os momentos para esquecer o mundo e dar inicio a esta viagem interior.

Caminhar na natureza. Seja a beira-mar, no campo ou no meio das árvores, todas as caminhadas em comunhão com a natureza e de preferência sem wi-fi, é a cura para qualquer mente acelerada.

Visitar lugares inóspitos ou remotos. Um sítio que nos faça sair da zona de conforto e encontrar respostas às questões inquietantes (que até agora não nos deixaram desligar) ou que nos faça simplesmente não pensar em nada que tenhamos na bagagem, apenas admirar o que temos aos nossos pés.

Experimentar algo novo. Como a nossa cabeça não foi concebida para estar completamente desligada, a novidade liberta-nos das tensões que trazemos. Encontrar um bom desafio – como um aula de surf ou yoga – são as hipóteses a ter em conta (palavra de yogini).

Respirar. Ou melhor, aprender a respirar. Se estamos com a mente inquieta, respiramos de forma mais acelerada. Portanto, nas férias devemos ter tempo para aprender a respirar de forma tranquila e ritmada para que nos conduza à paz interior, ao controlo dos impulsos, e consequentemente, à libertação da mente.

Dito isto, vou estar offline a partir deste fim de semana. Vou praticar yoga, meditar e aproveitar o tempo em família, na praia a surfar. Sejam felizes. Prometo regressar dia 15 com mais energia e novidades no Mar de Sal.