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Na vida tudo é uma questão de pensamento

Como mudar de pensamento

Fala-se que o nosso cérebro produz cerca de 70 mil pensamentos por dia. Claro que não damos por isso, mas há uns quantos que nos são mais presentes e constantes, que acabam por ditar a nossa realidade. Isto quer dizer que podemos escolher o pensamento que queremos que molde a nossa vida. Para isso basta chegar ao subconsciente.

Mas, porque custa tanto mudar de pensamento?

Porque a vida é uma montanha-russa de situações internas, e consequentemente, externas. Há dias em que a vida custa muito. Temos de tomar decisões difíceis, como as ondas grandes ou as correntes submersas, inesperadas. Há dias em que a nossa motivação desvanece no nevoeiro matinal, dilui-se sem nenhuma força de vontade. Tudo isto por culpa do nosso pensamento. A maneira com decidimos encarar o que nos acontece. E estamos tão habituados a acreditar no não, que raramente damos crédito a um pensamento mais positivo (eu consigo tudo o que quero, eu sou capaz, eu acredito em mim). As crenças que crescem connosco, aquilo que nos ensinam na infância, tiveste boa nota mas podes fazer melhor, não faças isso ou aquilo, ou seja, nunca se é bom o suficiente. Sendo esta a nossa verdade uma vida inteira, como mudar o que pensamos?

As nossas crenças limitam a nossa capacidade de mudar o pensamento.

Temos de desconstruir essas crenças e dar a conhecer novas, mesmo que não acreditemos nelas. É uma espécie de contar tantas vezes uma história que se torna realidade. Mas vamos lá fazer isto de uma forma fácil.

 

Como mudar de pensamento

  1. Ter consciência de que somos os criadores dos nossos pensamentos. Desde crianças que estamos programados a pensar e a reagir de certa forma. Mas podemos alterar isso ao mergulhar no subconsciente. Alterando estas crenças que temos desde sempre através de afirmações subliminais, conseguimos mudar a nossa atitude perante a vida.
  2. Rodeia-te de pessoas positivas, que acreditam em ti, que têm sempre boas palavras para te dizer. No domingo, sentada na prancha, resmunguei: “estou desmotivada, não faço nada de jeito.” Lá do outside oiço, “vai Susana, tu consegues, a onda é tua!”, e foi mesmo.
  3. Pratica a visualização. Dou por mim, a sonhar acordada, no lugar onde quero estar. E com esta vibração, sei que vou chegar. Ver o objetivo que queres alcançar, deixa-te com uma força de vontade tão mais leve e feliz.
  4. Aprende a meditar. Fecha os olhos no caos e mergulha em ti. Aprende a limpar os pensamentos, a tirar de dentro de ti o que não interessa. Treina a tua mente através da meditação.
  5. Vive a tua vida com gratidão. Planeia o teu dia, investe tempo para fazeres o que gostas, mantém foco nisso, e sente-te bem pelas coisas que tanto aprecias. Se te sentires grato ou grata pelas coisas mais pequenas na tua vida, vais sentir-te nas nuvens e acumular uma crença em ti que tens tudo o que mereces porque assim escolhes.

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Como desbloquear num agueiro

Muito antes de viver o mar tatuei em mim a palavra flutua. Conservar à superfície, boiar, vogar sobre as ondas. Um estado de alma de serenidade, de simplesmente deixar-me levar pela corrente sem nada temer. Mas em dias de surf como o de hoje, a palavra flutua tem mais significado do que alguma vez considerei ter…

A praia de São João da Caparica é a minha praia na costa; aquela a que mais vou, inverno ou verão. Habituei-me aos picos, ao areal de extensão determinada entre pontões, encontro com os amigos de sempre debaixo dos chapéus de sol e pranchas de surf em espeto na areia. É também o mar que mais sustos ja me causou. Ali parti a cabeça e fui vencida pelo cansaço de lutar contra os agueiros.

Hoje não foi diferente.

O mar vestiu-se de azul escuro. De manhã bem cedo, ainda de pés na areia, o professor questionou: – o que estão a ver? Um agueiro, respondemos. – E onde vamos surfar?, retorquiu. No pico em frente ao banco de areia.

A maré ia encher ao longo da manhã, e a corrente do agueiro ia ajuda o carrossel: entrar pelo canal, apanhar a onda, sair e voltar a entrar pelo canal. Mas já se sabe, nada no surf é matemático. A primeira onda foi feliz. Senti ligeiramente a corrente que nos ia tirando do pico, mas fixada num ponto da terra, sabia onde me manter. Assim veio, sorridente, direita a mim. Livremente flutuei em cima da onda. Por estar de novo na areia, aguardei que o set passasse. Tentei chegar lá fora, mas ingenuamente deixei-me cansar. Remava sem sair do lugar em pleno agueiro. Agarrei-me à prancha e sentindo a areia debaixo dos meus pés, ergui-me e ali me mantive, com água pela cintura, a acalmar a respiração. Fôlego recuperado, recordando a teoria do carrossel, entrei novamente pelo canal.

Nessa altura, entre a primeira onda surfada e a minha insistência em regressar ao mar, tudo tinha mudado. Maré mais cheia. Corrente mais forte. Coloquei-me na prancha, leve e veloz, cheguei ao outside sem grande esforço. Mas é preciso mais astúcia e respeito pelo mar. O agueiro também se intensificou nestes instantes e só depois percebi que não vou sair dali com a mesma agilidade. Bloqueei. E com isso, a respiração torna-se pesada, desesperada, inexistente. Eu estava em pânico e congelei o pensamento, a capacidade de reação. Deixei o medo apoderar-se de mim.

“Senta-te na prancha e não entres em pânico!”, veio de lá a ordem. Eu estava em segurança, embora o cenário soasse a demasiado negro. As ondas não eram grandes, não me punham em aflição. Estava a flutuar sentada na prancha, um tanto ou quanto à deriva, mas sem perigo de me afogar naquele momento. Tinha a prancha, todos estavam calmos ao meu redor, dali haveria de sair. Bastava aguardar pela onda. E não bloquear. Assim foi. Sai do mar na onda que apanhei.

Amanhã vou voltar, hei-de sempre voltar. Assim como é a corrente do mar, é o sal que corre em mim. Vai e volta. Sempre diferente.

Sentei-me na areia a observar o mar. Vi-lhe todas as formas e maus feitios. Sobe e desce inconstante, caminho de cabras em forma líquida, intrigantemente atraente. Levantei-me, peguei na prancha e voltei a entrar. Em cheio no agueiro. Desta vez saio daqui sozinha. E saí.

 

O que aprendi com o mar de hoje?

  • O mar tem uma densidade e profundidade infinitamente misteriosa para o nosso conhecimento. É preciso aprender ler o mar, o melhor que pudermos, sem promessas de sempre saber como vamos sair.
  • Flutuar é a melhor estado para a mente. Se ficar em pânico, não há capacidade de análise e de resposta. E neste sentido, flutuar é a minha palavra para mente calma.
  • Se a nossa velocidade para chegar ao outside for demasiado veloz, algo não está certo. De novo, certificar de que lemos bem o mar antes de entrar.
  • Ainda preciso de mais preparação física para o mar. É sempre tão exigente…
  • Amanhã vou voltar, hei-de sempre voltar. Assim como é a corrente do mar, é o sal que corre em mim. Vai e volta. Sempre diferente.

Como desligar a mente durante as férias

Férias. Finalmente chega a hora de quebrar a rotina e relaxar. Mas será que conseguimos desligar? Infelizmente não funcionamos por botão. Há sempre algo que nos perturba o inconsciente e não nos deixa aproveitar este merecido sossego na sua plenitude.

Ir de férias, por mais breves que sejam, é um compromisso de honra com a nossa alma. É dizer às rotinas que as vamos deixar por uns dias, ao clientes que não estamos disponíveis, às redes sociais que estamos offline, à família que precisamos de um tempo. E quando arrancamos de férias, será que nos desligamos de tudo isto? Não. Mas podemos tentar. Eis a minha lista.

Meditar a qualquer hora do dia, em qualquer lugar. Eu medito nas aulas de Hatha Yoga, e sempre que posso, na praia. O som do mar tranquiliza-me e ajuda-me a desligar. Por isso, nestas férias temos de aproveitar bem os momentos para esquecer o mundo e dar inicio a esta viagem interior.

Caminhar na natureza. Seja a beira-mar, no campo ou no meio das árvores, todas as caminhadas em comunhão com a natureza e de preferência sem wi-fi, é a cura para qualquer mente acelerada.

Visitar lugares inóspitos ou remotos. Um sítio que nos faça sair da zona de conforto e encontrar respostas às questões inquietantes (que até agora não nos deixaram desligar) ou que nos faça simplesmente não pensar em nada que tenhamos na bagagem, apenas admirar o que temos aos nossos pés.

Experimentar algo novo. Como a nossa cabeça não foi concebida para estar completamente desligada, a novidade liberta-nos das tensões que trazemos. Encontrar um bom desafio – como um aula de surf ou yoga – são as hipóteses a ter em conta (palavra de yogini).

Respirar. Ou melhor, aprender a respirar. Se estamos com a mente inquieta, respiramos de forma mais acelerada. Portanto, nas férias devemos ter tempo para aprender a respirar de forma tranquila e ritmada para que nos conduza à paz interior, ao controlo dos impulsos, e consequentemente, à libertação da mente.

Dito isto, vou estar offline a partir deste fim de semana. Vou praticar yoga, meditar e aproveitar o tempo em família, na praia a surfar. Sejam felizes. Prometo regressar dia 15 com mais energia e novidades no Mar de Sal.

Como o mar atua a nossa mente

Há memórias tão vívidas em nós, não há? Ontem enquanto descansava sentada na areia molhada em frente ao mar lembrei-me da primeira vez que o vi. Tinha vindo muitas vezes de férias a Portugal para ir à praia, mas foi numa tarde no princípio do verão na Figueira da Foz que vi, conscientemente, pela primeira vez, o mar.

Fiquei maravilhada. Algo naquele imenso azul, caótico, forte, estridente que simultaneamente me acalmava, apaixonava, me fazia continuamente flutuar.

É dessa forma que ainda hoje me sinto diante do mar. Tanto quanto sei, rara a pessoa que não tenha boas vibrações dali. Portanto, cada momento perto do mar é para se aproveitar e deixar a mente entrar no estado zen.

#1. Faz pausa ao pé do mar

Ver e ouvir a água significa que a nossa mente vai de férias. Dá-nos esse descanso. Estamos rodeados de ruído, e chegamos ao final do dia cansados deste bombardeamento de informação constante. Por isso, quando quiserem relaxar o melhor é ir dar um passeio à beira mar. O som da água é muito mais fácil para o nosso cérebro assimilar do que aquilo que presenciamos no dia-a-dia. Depois, como não tem de trabalhar arduamente para processar, ficamos mais relaxados.

#2. O mar ajuda a meditar

Quando estamos diante do mar, as horas passam e não damos por isso. Facto. O oceano tem esse efeito calmante em nós. Já agora, ao estarmos ali presentes, podemos aproveitar o momento para meditar. Para quem pratica hatha yoga basta aplicar alguns pranayamas que voamos rápido. Associada a esta meditação estão aqueles benefícios que todos procuramos: estado de calma profundo, sem sentir stress e ansiedade, com clareza mental, e consequentemente melhoramos a nossa disposição.

#3. Melhora a criatividade

Eu não canto no chuveiro, tenho pena dos canos que possam eventualmente ouvir a minha capacidade vocal desafinada. Mas é no banho que tenho muitas vezes ideias para escrever (tal como esta sobre o benefício do mar). Isto porque ao estarmos relaxados o cérebro tem tempo para desempenhar novas ligações neuronais. Efeito colateral da água.

Resumindo, a água do mar (ou a água em geral) tem esta enorme capacidade de nos atrair e fazer a mente funcionar com uma calma que não conquistamos na semana atribulada. Para quem estiver na praia, é só relaxar. Quem não tiver mar por perto, um rio ou um duche já ajuda a sossegar a mente.