O surf faz parte de uma indústria poluente, o que não faz sentido nenhum. Felizmente hoje já temos alternativas mais ecológicas, desde os acessórios às viagens. Como tornar o surf reciclado.
Se há algo que não combina é o surf fazer parte de uma indústria poluente. Das pranchas, wax, à forma como nos deslocamos atrás das boas ondas contribuem para o aumento da poluição. Aos poucos, e para ajudar a contrariar essa tendência, comecei por procurar alternativas cuja produção fosse mais sustentável, mantendo a eficácia que o surf pede.
Diz Adeus ao Wax com a Van Der Waal
Foi numa conversa dentro de água, à espera das ondas, que soube da solução Van Der Waal. A composição do wax tem na sua essência o petróleo. Ora, se pensarmos nesta produção e na quantidade de wax que gastamos ao longo do ano, não é sustentável nem amiga do ambiente. Apesar de saber que existe cera ecológico, a Van Der Waal acaba por ser uma solução mais prática. A Van Der Waal cola-se à prancha (pequenos losangos fáceis de aplicar com o guia que faz parte da caixa), não suja, não estraga o fato ou magoa a pele, tem durabilidade, não derrete ao sol, nem escorrega. Confesso que estranhei apenas ao princípio, pelo hábito de sentir a aderência da cera nos pés, mas ao fim de umas surfadas confirmei: a tração está lá.
Deslize mais verde com Marlin Fins
Os acessórios de surf são dispendiosos, por isso, na hora da escolha mais vale optar por um produto que a longo prazo seja mais justo em todos os sentidos. Ainda não tenho os Marlin Fins, mas estão na lista. É uma marca portuguesa de quilhas que utiliza um material primário, o M-Comp, desenvolvido por José Caiado. A Marlin Fins preocupa-se em utilizar polímeros, ou seja, plástico, passíveis de reciclagem e reutilização. Significa que podemos reciclar as quilhas, sendo uma solução mais sustentável.
Viagens sem impactos negativos
À conversa com a Carolina Salgueiro, do projeto eco-social My Destiny, acabei por perceber que cometo alguns crimes pouco amigos do ambiente nas viagens de surf. Quando viajamos com o intuito de encontrar a onda perfeita, levamos não só o material atrás, como deixamos um rasto de poluição, por causa do carro, do avião e da estadia.
Para Carolina, “a chave está nas comunidades“. Deu-me algumas ideias simples a implementar na minha próxima viagem. “Penso que a melhor forma de viajar sustentavelmente é: reduzir o impacto na estadia (escolhendo eco-hostels/resorts/surfcamps ou a casa de locais), a alimentação ser local (comprar localmente/consumir em restaurantes locais), e a anular o impacto de carbono através do carbon offset onde pagas uma taxa mínima para esse efeito como a Luex ou Hometree (esta última, planta árvores para anular o impacto negativo da viagem)”.
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