Como o surf ficou em stand by desde que me mudei para a Suíça, tive de começar a encontrar alternativas que me fizessem sentir um pouco mais ligada à água. A corrente levou-me até a uma aula de SUP & Yoga, que mais uma vez me provou a importância do yoga para o surf.
O Reno atravessa-se por Basileia, sempre contínuo, e obviamente flat. Invejo o barco de wakeboard que se pavoneia de um lado para o outro, com miúdos a darem saltos espetaculares, e eu sentada na margem de cimento, a ver as micro ondas que provoca e a pensar duas vezes se “ao menos tivesse uma prancha…”.
E assim o fiz, arranjei provisoriamente uma prancha. Este fim de semana dei por mim a pedalar 7km pela margem fora e Alemanha adentro, por campos verdes perdida a seguir o GPS, para descobrir uma aula de SUP & Yoga. Há muito tempo que queria experimentar por Lisboa, mas como o nosso mar mexe, acabava sempre por pegar na prancha e ir surfar. Aqui, na falta de mar, esta foi a solução.
Quando cheguei a Altrhein Wyhlen, lá estavam os professores da Yellow Sup e Kalea Yoga,o Lars e a Jasmin (recordaram-me os alemães que encontramos na costa vicentina, sempre bronzeados e felizes), a desfrutar do calor num piquenique improvisado enquanto esperavam pelos alunos. Assim que espreitei o rio, vi que estávamos numa enseada, calma, de reserva natural, cheia de gansos e as pranchas, largas e volumosas, a convidarem-me a um passeio.
Confesso que me diverti. Tivemos 2h dentro de água, 30m para aprender a remar numa prancha de SUP e dar um passeio, e 90m para por à prova o nosso equilíbrio e core com a sessão de yoga da Jasmin. Foi fisicamente exigente, o yoga por si só já nos desafia quanto mais em cima de uma prancha dançante. Mudança de asanas e torções, pernas trémulas, concentrar tudo nos abdominais e um ponto no horizonte. O meu objectivo era simplesmente não cair. O curioso do yoga numa prancha de SUP é que não segue uma sequência como no hatha yoga ou ashtanga, fomos testando o nosso equilíbrio em diferentes posturas. Saí de lá com os músculos a darem sinais de vida.
Acima de tudo, fiquei feliz por poder estar de pé numa prancha a deslizar pela água; senti claro falta da vibração do mar, mas depois, ao passar para a aula de yoga, naquela envolvência tão verde, fez-me esquecer por breves momentos as saudades que tenho do sal, do som das ondas, da areia quente… E focar no momento presente, aqui e agora. Está aprovada a experiência. Agora é repetir enquanto o tempo permitir.