Nas margens do rio Reno não há ondas, não há surf.

No surf sossegado de Basileia

Há uma certa inquietação ainda latente em mim… um acordar madrugador para espreitar a primeira maresia para o surf. Aos poucos, no entanto, tenho vindo a sossegar a mente e a aceitar que a minha realidade é e será esta, durante os próximos tempos, longe do mar. Não deixo o Carver de parte, sempre que posso finjo estar na água a deslizar pela parede da onda. É uma questão de imaginação fértil e sentir o sopro na pele que a velocidade do skate provoca para me fazer reviver um pouco a boa energia de seduzir uma onda (de alcatrão, eu sei). Mas é assim que tenho passado o tempo, nas calmas, a aprender a gostar deste sossego por Basileia.

O que ajuda também é a descoberta da cidade de bicicleta, as idas ao ginásio onde a consistência dos treinos se focam nos movimentos do surf, na agilidade, na resistência cardio. Fica apenas em falta o regresso a um estúdio de yoga para me ajudar encaixar mais um pouco a minha vida nesta vida dos Alpes… e libertar-me do irresistível vício do chocolate (eterna luta, confesso). Dez meses volvidos e só agora é que sinto que posso conquistar certas glórias por aqui – as saudades de casa fazem-me nos comer desmedidamente, coisas boas, coisas não tão boas em especial a quem se dedicou nos últimos 4 anos a comer de forma mais consciente e saudável. Mas como disse, aos poucos, este surf sossegado de Basileia está-me a levar a bom porto.

Por algum motivo, um bom motivo, a vida lá me mandou para estas bandas. Hoje não sei a resposta mas não tarda terei sentido para esta experiência. Dela, só levarei de volta coisas positivas. Com toda a certeza.

 

 

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