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©Eduardo Cruz | Unsplash

Como tornar o surf mais consistente no verão

O verão está à porta e com isto, sensações mistas para os surfistas: por um lado, dias longos e sunsets maravilhosos até muito tarde, por outro, as ondas parecem desaparecer como por magia. Este artigo é um swell autêntico para quem fica frustrado de ver o mar liso durante semanas a fio.

O surf no verão não tem de ser sinónimo de sessões fracas ou inexistentes. Com as estratégias certa, conseguimos ser consistentes e desfrutar a nossa técnica que tanto treinámos durante o inverno. Vamos por partes.

O mindset para um/a surfista de verão
No verão é tempo de aproveitar toda e qualquer onda. Não podemos ser seletivos. A de meio metro pode ser a oportunidade perfeita para trabalhar um bottom turn ou até mesmo de experimentar uma nova manobra.
Por isso, temos de mudar o chip: não vamos à procura da adrenalina de um mar com potência, vamos à procura de evoluir na nossa técnica. E, acima de tudo, desfrutar do mar com outra tranquilidade.
Ondas pequenas, prancha estratégica
A escolha ideal da prancha
Tenho duas pranchas neste momento, e acabo por usar sempre a mesma: a minha Killerfish 6′ com 42 litros. Foi feita à minha medida e nível de surf. Contudo,  no mar de inverno tenho mais dificuldade em fazer duckdives de seguida, muitas vezes acabo por ser levada pela espuma.
No entanto, isto muda complemente no verão. Consigo apanhar as ondas que a maioria não consegue e atravessar a ondulação sem me queixar da força do mar. Com isto quero dizer que, a prancha certa, faz toda a diferença para surfar um mar pequeno.
Características técnicas essenciais
A nossa prancha deve ter mais volume, mais largura, menos rocker e quilhas mais pequenas. As pranchas de espuma também são excelente opção para nos divertirmos. Dica extra: para quem não tem orçamento para uma segunda prancha, investir em quilhas mais pequenas pode ser uma solução prática e acessível.
Aproveita cada momento no mar
Como dizia, em mar pequeno não podemos desperdiçar uma secção sequer. Acho que existe aqui uma oportunidade para aprender a gerar velocidade nas partes mais planas, usando o pump e o carving para manter a velocidade. Depois, ligar as secções é outro exercício a explorar: aprender a antecipar onde a onda vai quebrar a seguir.
Timing é tudo: quando ir à água

Chega de ter preguiça matinal. Vamos sair cedo da cama e aproveitar as primeiras horas da manhã, entre as 6 e as 8 horas. É mágico ver o sol nascer enquanto estamos a surfar. Temos menos pessoas no mar, pouco vento ou nenhum, ondas mais limpas. Confesso que é a hora que mais gosto de ir. Mas para os dorminhocos, os finais do dia também são maravilhosos. O vento tende a acalmar e a multidão dispersa. Sessões de sunset são igualmente épicas.

Explorar o desconhecido: novos spots e estratégias de mar

Alma de surfista significa ter abertura para explorar o novo. Porque não tentar reef breaks que não nos atrevemos a surfar no inverno? Por regra, estas praias ficam mais acessíveis e ajudam-nos a melhorar a nossa técnica. Na nossa costa, há spots que ganham vida no verão:

Norte: A Praia de Moledo transforma-se completamente. Os reef breaks que no inverno são intimidantes ficam perfeitos para sessões técnicas. O Cabedelo, em Viana do Castelo, pode igualmente surpreender com os novos bancos de areia gerados pelos mares de inverno.

Centro: Peniche é sempre consistente, mas vamos mais além. São Bernardino ou Consolação podem ter condições muito acessíveis quando a baía não funciona.

Sul: A Costa Vicentina é o meu lugar de eleição. Um pouco por toda a costa encontramos spots a funcionar lindamente com ondas pequenas, e a Arrifana (nas suas matinas) é simplesmente mágica. Já em Sagres, há que ter espírito explorador e descobrir os recantos que só no verão mostram o seu verdadeiro potencial.

A consistência como estilo de vida

O surf consistente no verão não é sobre truques ou segredos mágicos. É sobre adaptação, prancha e mentalidade certa às condições disponíveis. É também sobre respeitar o mar em todas as suas formas.

Quando conseguimos desfrutar nestas sessões e, em simultâneo, sentir a nossa progressão, o surf fica-nos na alma. E quando as ondas grandes voltarem, vamos estar tecnicamente muito mais preparados.

Agora é contigo: qual vai ser a tua próxima sessão de verão?

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